Querer é uma coisa,
precisar é outra -
Rosely
Sayão (Folha de S.Paulo)
Você já
reparou, caro leitor, na confusão que temos feito entre dois conceitos que são
tão diferentes, mas que estamos usando, principalmente na linguagem coloquial,
como se fossem sinônimos?
Eu me
refiro aos verbos “querer” e “precisar”. Vamos, então, retomar o significado
dessas duas palavras, para começar.
Precisar diz respeito a uma necessidade, a
uma carência que exige satisfação. Por exemplo: temos fome e sede, por isso
precisamos de líquido e de alimento para a satisfação dessas necessidades.
E, como
dá para perceber, a necessidade sempre tem um alvo certo. Quando nós temos sede
precisamos de água e quando temos fome precisamos de comida.
“Bebida
é água!/Comida é pasto!/Você tem sede de quê?/Você tem fome de quê?” são os
versos iniciais de uma música interpretada pelos Titãs que trata dessa questão.
E o
querer? O querer diz respeito a uma intenção, a uma aspiração. O querer é algo
que nos move, mas não é uma necessidade. Um querer pode encontrar satisfação em
diversos alvos diferentes.
A letra
da música referida acima continua assim: “A gente não quer só comida/A gente
quer comida/Diversão e arte”…
Precisamos
e queremos, portanto. Precisar é algo muito diferente de querer.
É um
problema tratar essas duas palavras de forma indiferenciada.
Recentemente,
vi uma jovem mulher conversar com sua amiga e manifestar que precisava
urgentemente de um determinado aparelho celular. Ela tinha um em sua mão,
moderno, mas o problema é que não era aquele a que ela fazia menção. Um querer
é transformado em um precisar e, certamente, essa mulher iria tratá-lo como
tal.
O
problema fica muito maior quando transferimos esse estilo de falar e de pensar
para as crianças.
Você
pode observar: muitas -mas muitas mesmo- crianças já trocam o verbo querer pelo
precisar.
Crianças
precisam de festa de aniversário em determinado local, precisam de um certo
jogo de videogame, precisam de um tipo especial de comida etc. E muitos adultos
tratam esses quereres realmente como necessidades.
Não será
também por isso que tantos pais fazem o maior sacrifício para dar algo ao filho
ou até mesmo permitem algo a contragosto só porque ele declarou insistentemente
que “precisa” daquilo?
Diante
dos desejos das crianças temos nos comportado, muitas vezes, como se elas
estivessem manifestando necessidades reais.
Afinal,
por que ficamos tão afobados e tão apressados em satisfazer o que elas pedem?
Qualquer querer pode não ser satisfeito sem problema algum.
Quem
quer pode esperar, pode trocar o objeto do querer para que se torne mais
acessível e pode, inclusive, perceber que terá de abdicar desse querer.
Já quem
precisa… Quem precisa pode esperar por pouco tempo, não pode trocar o objeto da
necessidade e tampouco pode abdicar dele.
Claro
que não podemos nos esquecer de que essa confusão é muito bem alimentada pelo
consumismo. Mas será que é bom nos submetermos a isso de forma acrítica?
Certamente
não é bom. Podemos querer à vontade, inclusive o que o mercado de consumo nos
sugere.
A jovem
mulher pode querer o aparelho de telefone que é a novidade do momento, a
criança pode querer hambúrguer e batata frita bem na hora do jantar.
Mas
todos precisam saber com clareza que querer não é precisar. E querer, muitas
vezes, também não é poder.
Querer é precisar?
A maioria das pessoas interpreta o "querer" como uma necessidade de satisfação pessoal, ou seja, tudo em sua vida passa a rodar em torno dessa "necessidade", muitas vezes, atrapalhando.
Como o consumismo ("querer") pode atrapalhar?
Atrapalha quando o "querer" está acima do precisar, quando as necessidades reais como a saúde, educação, bem estar e outras, deixam de ser tão importantes quanto comprar um tênis novo, um celular da moda ou qualquer outro "objeto" que "precise" satisfazer o psicológico.
Quando o "querer" ajuda? Como diz o texto: "Querer é uma coisa, precisar é outra". E, diz a citação:"O querer é o que nos move". É Exatamente aí que ele passa a ser um aliado.
Poderíamos trabalhar só por trabalhar, estudar só por estudar; mas quando queremos algo (um dia) em nossa vida como o carro dos nossos sonhos, traçamos essa meta e as coisas parecem ter mais graça, ou, um sentido.
É neste meio tempo que vamos em busca do objetivo traçado, deixamos o "precisar" em seu devido e certo lugar e crescemos tanto no pessoal quanto no espiritual, coerentemente.
Jean Venturini - turma 301
O querer e o precisar
Hoje em dia, nosso mundo está completamente tomado pelo consumismo, que está nos levando, cada vez mais, para dentro dele, pois só nos faz pensar em querer ou comprar aquilo que nos satisfaz ou nos deixa feliz. Deixamos de lado o que realmente precisamos para sobreviver.
Atualmente, muitos pais já estão acostumando seus filhos muito mal, desde pequenos. Basta um choro, uma birra, uma manha e pronto, eles ganham o que querem. Isso é o tal do consumismo. Quer apenas lucrar, não se preocupa com as necessidades das pessoas.
Na hora de comprar não pensamos se realmente estamos precisando, se há necessidade. Se vamos usar só uma vez e depois deixar guardado, sendo que poderia ser doado. Isso é querer e não precisar realmente, de tal coisa ou objeto, roupa...
Diz um ditado, "uns com tanto e outros com tão pouco", que fala daqueles que têm muito e reclamam, esbanjam e, os que não têm realmente, dão valor as coisas e, mesmo tendo pouco, pensam nos outros.
Para que ter tanto, esbanjar, se podemos ser felizes apenas com o necessário? Para que querer aquilo que eu realmente não preciso?
Para que ter tanto, esbanjar, se podemos ser felizes apenas com o necessário? Para que querer aquilo que eu realmente não preciso?
Certamente, muitas vezes, gostamos de um "agradinho". Claro, tudo a nossa volta influencia, mas na hora de comprar, esbanjar ou reclamar, pense naquele que, enquanto você reclama, luta para conseguir e está satisfeito, pois o importante é ter uma vida digna e feliz.
Jessica V. Rosauro - turma 301
Querer e precisar
A maioria de nós já cometeu o erro de não saber diferenciar o querer do precisar. É muito comum acontecer com as mulheres. Para ver isso, basta "soltar a mulherada no shopping". Eu, como uma, compraria o que achasse bonito e que não estivesse precisando.
Junto com o querer e o precisar, entra o consumismo, que hoje "move o mundo".
Querer significa ter vontade, desejar, diferente de precisar, que é ter necessidade. Então, por ignorância da nossa parte, acabamos entrando na onda do consumismo. Nós não nos contentamos com aquilo que temos, é na base do "quanto mais melhor".
Na verdade, não é assim que funciona. Quanto mais você quer, mais você se torna dependente do ato de consumir e para isso é necessário ter dinheiro. E, para ter dinheiro é preciso trabalhar.
Então, opte pelo precisar, pela necessidade, seja um pouco menos dependente do ato de consumir.
Alessandra Mendonça - turma 301
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