Texto Feito
Um espaço para exercitar a palavra.
quinta-feira, 23 de maio de 2013
Lindo texto para começar...
A Vida e a Viagem de Trem
A vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, agradáveis surpresas em muitos embarques e grandes tristezas em alguns desembarques.
Quando nascemos entramos nesse magnífico trem e nos deparamos com algumas pessoas que, julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco: nossos pais.
Infelizmente isso não é verdade, em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos do seu carinho, amizade e companhia insubstituíveis. Isso porém não impedirá que, durante o percurso, pessoas que se tornarão muito especiais para nós, embarquem. Chegam então nossos irmãos, amigos, filhos e amores inesquecíveis!
Muitas pessoas embarcarão nesse trem apenas a passeio, outras encontrarão no seu trajeto somente tristezas e ainda outras circularão por ele prontos a ajudar quem precise.
Vários dos viajantes quando desembarcam deixam saudades eternas, outros tantos, quando desocupam seu assento, ninguém nem sequer percebe.
Curioso é constatar que alguns passageiros que se tornam tão caros para nós, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos, portanto somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles, o que não nos impede, é claro, de ir ao seu encontro. No entanto, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado, pois já haverá alguém ocupando aquele assento.
Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas, porém, jamais, retornos. Façamos essa viagem então, da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com os outros passageiros, procurando em cada um deles o que tiverem de melhor, lembrando sempre que em algum momento eles poderão fraquejar e precisaremos entender, porque provavelmente também fraquejaremos e com certeza haverá alguém que nos acudirá com seu carinho e sua atenção.
O grande mistério afinal é que nunca saberemos em qual parada desceremos, muito menos nossos companheiros de viagem, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.
Eu fico pensando se quando descer desse trem sentirei saudades... Acredito que sim, me separar de muitas amizades que fiz será no mínimo doloroso, deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos será muito triste com certeza; mas me agarro na esperança que em algum momento estarei na estação principal e com grande emoção os verei chegar.
Estarão provavelmente com uma bagagem que não possuíam quando embarcaram e o que me deixará mais feliz será ter a certeza que de alguma forma eu fui uma grande colaboradora para que ela tenha crescido e se tornado valiosa.
Amigos, façamos com que a nossa estada nesse trem seja tranqüila, que tenha valido à pena e que quando chegar a hora de desembarcarmos o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem.
(adaptado de um texto de autor desconhecido)
quinta-feira, 14 de março de 2013
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Dança das flores
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Crônicas
A ÚLTIMA
CRÔNICA
Fernando Sabino
A
caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao
balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me
assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta
busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas
recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da
convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao
episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer
nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples
espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a
cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança:
"assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem
assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que
merecem uma crônica.
Ao fundo
do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de
mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção
de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de
seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou
também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes
de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a
instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se
preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a
observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do
bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão
um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel,
vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve,
concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher
suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua
presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás
do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo
simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha,
contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o
garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai,
mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa
de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma
caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um
animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três
velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do
bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as
velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e
sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito
compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos:
"Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as
velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as
duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com
ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe
cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a
observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila,
ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num
sorriso.
Assim eu
quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.
Após a leitura do texto, formule um comentário e poste-o aqui, enfocando os seguintes pontos:
O que sugere o título do texto? Pode-se imaginar o assunto que o texto vai retratar através dele?
Que situação vemos retratada nesse texto de Fernando Sabino?
Que sentimento ele nos desperta?
Faça sua postagem com clareza! Vamos lá?
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Dia do Estudante
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Notícias do Enem
Enem
30 de julho de 2012
30 de julho de 2012
O Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) lançam hoje, 30/7, o guia de redação do Enem, um volume de 48 páginas, divididas em quatro partes:
- Apresentação pelo presidente do Inep, Luiz Cláudio Costa
- Detalhamento da Matriz de Correção da prova do Enem
- Análise da proposta de redação do Enem 2011
- Análise de redações nota 1.000 no Enem 2011.
"A redação no Enem 2012 – Guia do participante" terá inicialmente uma tiragem de 1.600.000 cópias, a serem distribuídas às escolas públicas de todo o Brasil. Haverá também cópias em Braille e na forma ampliada, para pessoas com déficit de visão. O arquivo em PDF será disponibilizado na página do Enem – MEC e Inep.
Foram selecionadas redações que receberam a nota máxima (1.000 pontos) no Enem 2011 e aparecem no Guia com comentários. No Guia, considera-se que seus autores "desenvolveram o tema de acordo com as exigências do texto dissertativo-argumentativo" e demonstraram "domínio da norma culta de língua escrita".
Segundo o presidente do Inep, o objetivo do Guia é "tornar o mais transparente possível a metodologia de correção da redação, além de explicar o que se espera do participante em cada uma das competências avaliadas": "Queremos que o Guia contribua para aperfeiçoar o estudo, exemplificar os critérios e mostrar como se faz uma boa redação".
O Guia foi elaborado pela equipe da Diretoria de Avaliação da Educação Básica (Daeb) do Inep, em conjunto com especialistas em Língua Portuguesa. É mais uma ação para tornar a correção da redação do Enem mais transparente, aperfeiçoando os critérios de correção e, ao mesmo tempo, ampliando o quadro e o treinamento de avaliadores, com a participação efetiva das universidades e institutos federais do país.
Além de lançar o Guia de redação, o Inep publica uma Chamada Pública para convocar as instituições de ensino a fazer estudos e pesquisas em avaliação educacional e psicometria relacionados às provas aplicadas. O objetivo do edital, mais uma ação estruturante do Inep com vistas ao aperfeiçoamento das políticas públicas na área, é subsidiar diagnósticos mais precisos e induzir mudanças nas práticas de gestão e ensino, por meio de melhorias nos sistemas de avaliação escolar. O valor total do edital é de R$ 2 milhões.
Assessoria de Comunicação do Inep
terça-feira, 12 de junho de 2012
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